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VOA

“... tinha uma obsessão pela liberdade que me apavorava a tal ponto que eu nem conseguia falar sobre isso...”

Depois de chegarem de Angola, sem nada, sem sonhos, sem planos, sem saber, sem perceber... Dividida a família, jamais se separou.

Sei que tive o privilégio de crescer livre, em casa, com a minha mãe, por ser o mais novo, enquanto os manos e algumas manas foram para centros de apoio familiar.

Foi difícil mas a única solução. Foi escuro mas o sol voltou a brilhar. Todos os fins de semana Natal e Páscoa, eles vinham visitar-nos.

Muitos anos passaram mas não passaram as memórias . Ficaram os cheiros, cheiro de batom, cheiro de pó de arroz... Cheiro de Couro e calças de ganga. Cheiro de noites longas a rir e aos pulos. Cheiro de glitter e laca de cabelo. Cheiro de chiclete e cassetes da Madonna. Cheiro a liberdade e vontade de fugir para poder pra sempre ficar.

(...)

Sandra, selvagem. Sempre a admirei. Fugiu a procura da vida. Correu e caiu mas nunca parou. Chanel nr.5. O espanhol. Penteados e cores extravagantes. Transparências e folhos. A cor menta. A maior inspiração...

Vendi a minha alma por aquele vestido cor de rosa. Vestido que com um toque de magia fiz desaparecer da mala dela... Dormi com ele, brinquei com ele, sonhei com ele, sonho com ele...

(...)

Fui. Fugi. A procura de mim. Levei o amor mas perdi tudo, perdi-me, perdi-me a mim. Más experiências, más consequências, caí no fundo do poço... Choveu. O poço encheu e eu fui nadando em círculos. Resisti e insisti. O único caminho era para cima!

(...)


Vi, aprendi e vivi muito. Quero partilhar com eles.

Esta colecção foi feita por nós. Inspirada por nos(elas). Juntos. Todos à sua maneira. Como sempre. Para sempre.

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